"Todos nós precisamos de histórias que nenhum livro de história pode contar..." 

(Michel-Rolph Trouillot)

A história ocidental, em seu afã universalista, pretendeu integrar e subordinar as demais narrativas à sua própria concepção de tempo, de passado e de verdade. Dessa forma, os Outros - indígenas, africanos e seus descendentes, por exemplo - foram inferiorizados, objetificados e silenciados por aqueles que se consideravam detentores do direito de definir realidades, estabelecer identidades e nomear histórias.

Como forma de desconstruir a hegemonia do cronotopo histórico ocidental, que legitima a perpetuação das relações coloniais, propomos um olhar pautado pelo perspectivismo histórico, que reconheça as múltiplas narrativas históricas em seu caráter complexo e multifacetado. Acreditamos que o valor do historiador no mundo atual reside na construção de uma consciência histórica empática que, em diálogo com os conceitos de cosmohistória, cosmopolítica e pluriverso, permita que os Outros tenham voz e sejam o que desejam ser.

Ao transbordar o âmbito acadêmico, esse novo olhar sobre a História levará à criação de espaços de descolonização dos saberes e corpos, comprometidos com a produção de um conhecimento emancipatório alternativo, que traga aqueles que se situam à margem para falar no centro. Possibilitará igualmente combater um sistema colonialista e racista.

O Projeto Descolonizando o conhecimento pretende ser um espaço colaborativo de construção de saberes. Portanto, estimulamos a participação de todos aqueles comprometidos com a criação de um mundo onde caibam muitos mundos.

Alessandra Gonzalez de Carvalho Seixlack (Professora Adjunta de História da América - UERJ)

PARTICIPANTES